segunda-feira, 27 de abril de 2009

TRANSLÚCIDO

by dv


Levanta-se um véu.
Descobre-se então algo de maravilhoso
Que se julgava para sempre perdido.
Intacto, sem marcas de tempo, ressurge.
Ressonâncias ou apenas ecos longínquos.
Bloqueio. Mensagens apenas audíveis na imaginação...
Recursos não humanos num Mundo desconhecido.
Refracção de luz que provoca a cor onde não existe.
Leve sussurrar de águas, que apenas deslizam por deslizar,
Cansadas do seu leito em círculo, que une nascente e foz.
Castigo desumano à visão humana no limite de Ver.
Deturpação da realidade global através de análise minuciosa.
Desconhecimento do Todo por não se conhecer cada pormenor.
Impossibilidade pelo Tempo/Espaço/Ser, que nos leva à desistência.
Rebates de consciência de Almas fossilizadas lutando pela Liberdade.
Corpos inertes.
Arqueologia esperançosa no apuro da Verdade.
Réstia de esperança de quem se dedica à Procura.
Resvalar de uma pedra que desencadeia a avalanche.
Coragem de recomeço.
Golpeios incertos nesta floresta oculta.
Desbravar de terras através da Terra.
Reabastecimento das forças para a conquista do Mundo.
Perguntas lançadas para o que não se aceita.
Não resignação perante o ser-se minúsculo para abarcar o Mundo.
Volteios desesperados em busca da saída.
Regressos avessos do que se pretende duma chegada.
Fúrias descontidas num abrir de olhos fechados.
Sussurros, talvez murmúrios, dessa água em circulo,
Ou quem sabe, resumos do que a imaginação Ouve.
Há a fuga para o voo nas asas dum suspiro profundo,
Abrir da porta para o que à razão se esconde.
É ver fluir uma imensidão de acordes,
Que nos transportam para um ritual sôfrego de realização.
São chamamentos ressonantes,
Como trompetes, que tocando em uníssono nos despertam para...
(in: nas das do vento encontrei)