domingo, 17 de maio de 2009

NOSTALGIA - SENSIBILIDADE - AMIZADE

Externato de Santa Maria Maior

12.º CONVIVIO

Antigos Alunos do Externato de Santa Maria Maior de Tábua

Pedra da Sé - Tábua - 16 de Maio de 2009

Enquanto avançava para o local do encontro, sentia que recuava no tempo até à adolescência. Sensação normal para quem não via há muito tempo amigos e colegas, já consciente que alguns, poderia não encontrar. Apesar de preparada instalou-se uma nostalgia inexplicável. Ao chegar deparou-se-me um já bem composto grupo do que estava calculado. Próximo de sessenta pessoas, entre antigos alunos e professores. Na mente estava presente a imagem guardada ao longo dos tempos. Nada mais. Uns reconhecíveis outros já não tanto, mas foi ao primeiro abraço que a sensibilidade falou mais alto. Não aguentei e ao contrário do que podia pensar desatei num choro que já me tinha ameaçado de manhã (enquanto escrevia algo que pretendia ler), mas que ali não consegui conter. E pronto passado o primeiro impacto a dor apaziguou-se, apesar de se manter bem presentes os que já não poderei ver nunca mais nas nossas reuniões, mas que estarão sempre dentro do meu coração.

Após o almoço convívio, veio a caminha tão bem preparada, que deixou que a Natureza equilibrasse a mente, mais para o fim da tarde o lanche e a coragem para ler em voz alta o que tinha escrito de manhã. O sentimento era o mesmo com que tinha sido feito e que não me importava partilhar o receio era o desfecho.

“Encontro de amigos – Externato Santa Maria Maior - 16 de Maio de 2009

Recordações

Sem saber porque acontece ou como acontece

Dou por mim muitas vezes, a ver não com os meus olhos

Mas através de alguém que não sei quem é!

Pergunto se sou eu, que ainda não conheço

Ou alguém, que me quer dizer quem é ou quem sou.

Através do seu olhar vejo um mundo com gente,

Gente apenas. Um conjunto sem significado, sem sentido e um pouco desfocado.

Apenas observo, sem ainda entender nem conseguir descodificar.

Apenas fazem parte.

Parece algo neutro, sem cor, que mexe mas não tem vida, irreal.

Hoje esse alguém não está, ausentou-se.

Deixou-me, entregue a mim mesma, de visão clara

Para poder viver a realidade presente.

E agora neste momento, estou a olhar e a ver através de mim.

De forma clara e nítida.

Gente, mas não uma gente qualquer.

São pessoas que olho e sinto.

Umas mais, outras menos, mas todas me dizem algo.

Puxam-me para algo, que nunca esqueci

Nunca vou esquecer, pois faz parte de mim e ajudou-me a ser quem sou:

Externato Santa Maria Maior de Tábua.

Foram muitas dessas pessoas para quem estou agora a olhar

Que fizeram com que a minha alma nunca deixasse de Ver.

E hoje, essa a razão porque estou aqui.

Durante todos os anos em que não estive presente,

Sempre estiveram comigo, sempre fizeram parte de mim e sempre farão.

Muito grata por me aceitarem, me convidarem, por me chamarem e

Por não se terem esquecido de mim!

Por isso estou aqui. Vim não por obrigação mas porque senti que devia estar presente.

Vim porque a ausência, se tornou amargurada

E as memórias do que me fez ser assim me empurraram para aqui.

Há sempre uma razão de ser.

Não é sempre apenas porque se quer ou quando se quer

E sim porque, era agora e hoje que eu tinha de o dizer!

Mais uma vez grata de coração a todos vós.

Amigos de uma vida que me ajudaram a ser quem sou.

Um abraço especial ao meu director, professores, colegas de turma e amigos

Que se mantiveram ao longo dos anos!

Mesmo aos ausentes, a saudade ficou.

Aos que já não estão entre nós, um abraço e carinho muito especiais

Pois quem sabe não estarão a ouvir, a ver e a sorrir!

Quando é de alma, a alma não tem barreiras, não tem fronteiras

Nem distância, nem obrigações, apenas união de corações.

Bem hajam todos por me aceitarem aqui.

Obrigada Leonor pela tua “sempre presença” e pela tua insistência.

Sempre cito uma frase ‘é mais fácil desistir do que persistir’

Tu és a prova disso!

Tu és uma guerreira de alma que muito admiro!

Obrigada a todos e até para o ano. “

Após a leitura desmanchei-me em lágrimas outra vez e agradeço a todos que comigo se comoveram e me ajudaram a conter as lágrimas. Obrigada a ti mana por me teres acompanhado nesta aventura de sensibilidade e emoções.

Dina Ventura