segunda-feira, 18 de maio de 2009

TESOUROS ESCONDIDOS

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Que doces encantos na solidão amarga.

Que forças imensas no perder das forças.

Algo aparecendo no peito ardente.

Há um abalo no corpo dorido,

Há um ressuscitar na vontade forte,

Há um quebrar do refúgio secreto.

Ondas agitadas de um mar parado.

No fundo os navios afundados e perdidos.

Velas erguidas em direcção à luz.

Plantas regadas com lágrimas geladas,

Florescendo mortas num canteiro fechado.

Portas secretas que se abrem aos poucos

Para o campo perdido do Infinito.

Raízes mortas de plantas ressuscitadas,

Bocados secos de seivas brutas,

Passagem ao alimento duma seiva enganada.

Encontros de caules procurando alimentos

Num deserto seco de campo a florir.

Escolha de terra para além da que fica.

Criação de sonhos numa vida de palco,

Rasgos de véus com as forças do vento,

Procura sangrenta de olhos feridos.

Voltar à luta numa batalha perdida.

Encontrar forças num corpo não corpo.

Viagem no tempo do real sem fim!

(in: nas asas do vento encontrei orixá)