quarta-feira, 21 de abril de 2010

AMOR


AMOR
Sentimento do coração arrastado
Para o que deseja mesmo sem solução
Sendo pela Natureza empurrado
Descurando as leis da razão
Amor
Sentimento real, vivo e intenso
Que mesmo sendo platónico
Atira-nos para o imenso
Sem nunca se tornar irónico
Amor
Filho de Vénus com asas
Dá-nos certezas sem Norte
Torna o gelo em brasas
Chama-se a vida na morte
Amor
Sente, não sabe, mas inventa
Sem razão para não ser
Da sede se alimenta
E dela pode morrer

Dina Ventura 21.Abril.2010

NADA


NADA
Nenhuma coisa nascida
Que por se saber existir
Não se torna conhecida
E não consegue resistir.
Nada
Sendo coisa nenhuma
Um tudo é poucochinho
Sendo já coisa alguma
Pode inverter o caminho
Nada
Se tirar de lá é elevar
E deixa de ser abjecta
Passa a posição de invejar
Mesmo não sendo concreta
Nada
Não sendo de grande apreço
E sim de pouca importância
É mais do que mereço
Se viver na ganância
Nada
O momento vira instante
Passa o tempo a nada de nada
Se não sei sou ignorante
Fico e vivo atormentada.
Nada
E quando passa a verbo
Passa a termo de incitação
Mesmo se não me apercebo
Incito e apelo à salvação
Nada
E em menos do que é
Rasa o pouco por um triz
E num rasgo de fé
Nado para ser feliz.

Dina Ventura 21 Abril 2010