sábado, 18 de abril de 2009

P A Z


Óleo e aplicações: Dina V.


Nunca poderemos ter verdadeira alegria se não tivermos paz. O que é a Paz? É a consequência da vitória que exige de nós uma luta contínua.

MUNDOS III

Amor no mundo

Depois de olhar para trás, enquanto espero o Sol
Respondo a mim mesma indo noutra direcção.
É cedo ou tarde: luto Ele me dará a mão, é meu Pai.
Amar será tudo ou então nada se terá.
Mas deixem as coisas rolarem enquanto as faces aquecem,
Amando depressa faz-se tarde e cansa,
Mas Amar criando faz Viver, ainda que a noite se aproxime.
Ri e Vive, sê franco e puro. Procura-te!
Tu tens dentro do peito o que procuras, algo em troca, quem sabe o amor.
É por tudo o que acontece, onde quer que se procure,
Feliz do que anoitece, impotente mas com Luz.
Mas por outro lado há a dor dos que morrem, sem terem visto
O que de bom e a favor morre ao seu lado sem aviso.
Uns com tanto outros sem nada, dói por dentro é uma facada onde não acaba nem começa,
Mas é o mundo.
(in: nas asas do vento encontrei orixá)

MUNDOS II

No Mundo do Faz de Conta

Que teremos mais para além disto, senão uma vontade louca de não ter nada do que se tem.
É uma luta constante de desarmamento perante a luta.
Armas sem munições que nos levam a uma esperança.
Uma esperança secreta de vencer, vencer sem massacre.
Vencer com armas descarregadas, que só amedrontam, mas que dão uma certa segurança,
No Mundo do Faz de Conta.
Mundo no qual nem essas armas deviam ter cabimento, pois seria bom que pelo menos,
Pelo menos no faz de conta tudo fosse diferente.
Mas até isso já está corrompido. Levaram para esse mundo os vírus das epidemias,
Que destroem continuamente o mundo que deu origem, devido às insatisfações,
Ao Mundo do Faz de Conta.
E agora é preciso começar outro, mas de preferência, a sério e feito não só de faz de conta!
(in: nas asas do vento encontrei orixá)

MUNDOS I

Choro o mundo

Choram as pedras pelas coisas que não fora..
Choram os caminhos pelo tempo que não andam.
Choram as árvores pelo vento que não sentem.
Choram os rios pelos peixes que morreram.
Choram as aves pelo ar que lhes tiram.
Choro eu.
Por não saber o Tudo que existe.
Por não conseguir saber porque choro.
Por não chorar.
Choro sem lágrimas visíveis.
Choro doloridamente o que perdi.
Choro o que se ausentou de mim.
Choro sem saber se choro o que devo.
(in: nas asas do vento encontrei orixá)

OUTROS MUNDOS




Óleo: Dina V.

O pensamento humano, mais subtil e veloz que a luz, sobe e eleva-se para além das nuvens, e no seu voo assombroso transcende as barreiras do Universo visível, contempla e expande-se na imensidão.

EM CÍRCULO

Vou contar uma hoistória sem ter a preocupação das frases curtas, nem tão pouco de me cingir a um tema.
Vou entrar em confronto com a capacidade de através de palavras desnudar a mente.
Vou deixar....que tal como a naturalidade de um rio as palavras deslizem
Pelo leito secreto do meu pensamento...e se depositem na foz de um simples papel.
Tenho dificuldade em libertar a imaginação. Tenho raiva de não conseguir escrever quando quero.
As palavras ficam presas, grosseiras até, perante a incapacidade de tradução.
Mas deixemos o que não consigo. Vou passar às afirmações.
Existem coisas lindas, que nem quem as possuiu as conhece.
O Homem é um ser severo. Traços e mais traços por cima do que escrevo e não É.
Não estou hoje com a coragem que normalmente tenho para me decifrar.
Hoje as palavras estão grudadas às paredes da cela.
Gostava de dizer de uma forma bonita o que me vai na alma, mas até o pensamento tem direito a não pensar.
Mas pensa. Solta-se:
Cânticos. Florestas. Prados. Flores.
Análise:
Cânticos significando ar e liberdade, em espaço aberto.
Florestas de frescura aconchegante amenizando o calor árduo.
Prados que soltam o pensamento iluminando-o de reflexos.
Flores de colorido estonteante de movimento e Vida.
Natureza próxima, tão chegada a mim que me confunde. Sinto-me.
Redução:
Infinitamente pequena perante o que Existe.
(in: nas asa do vento encontrei de Dina V.)

M Ú S I C A

óleo: Dina Ventura