segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O AMARELO


FLOR AMARELA - Fotografia de Manuel Lino.
Cedida gentilmente, mesmo antes de ter sido publicada, por um amigo que se dedica à arte de reter imagens maravilhosas, há muito tempo, BEM NÍTIDA A FORÇA DO AMARELO. Se quiser confirmar visite o site:
http://olhares.aeiou.pt/MLinus

O QUE PODERÁ ENCONTRAR NO "MISTÉRIO DAS CORES" SOBRE O AMARELO:
(...) A cor é uma sensação interna. Não deixando de ser um conceito biológico, baseado na resposta mental do olho à luz e a forma como cada ser vê a cor, o mais importante é a forma como cada um a sente.(...)
AMARELO
Reflecte a parte esquerda do cérebro, por isso está ligado às actividades intelectuais, à aprendizagem, emotividade e intuição. Representativo de vitórias, sucessos e fama. Dá força e energia para realização de projectos variados.
Características das pessoas influenciadas pelo amarelo – São pessoas emotivas, alegres, bastante activas e positivas. Conseguem alcançar o que ambicionam. (...)

APARECE


Programada sessão de autógrafos a partir das 19:00 horas. Lanche "leve". Exposição da tela "O Beijo", que dá rosto à capa. Estarão também expostas e para venda fotografias da mesma. Grata.

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CONVITE POR IMAGEM QUE APRECIARÁ A SUA PRESENÇA NO ANTIGO SOLAR DA NORA - AUDITÓRIO ORLANDO RIBEIRO - TELHEIRAS - LISBOA - DIA 28 DE OUTUBRO 2009 - PELAS 18 HORAS.

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"Um livro fascinante, que é uma viagem ao mundo maravilhoso das cores"
Editora Caleidoscópio.

O MEU NOVO LIVRO::::::::::::


O que é a cor? Que influência tem em si? Que cor teve o seu passado? E o presente? E que cor terá o seu futuro? De que cor é o seu nome? QUER SABER ESTÁ TUDO AQUI - NAS LIVRARIAS A PARTIR DO DIA 28 DE OUTUBRO DE 2009.

domingo, 18 de outubro de 2009

ESTADOS - EFEITOS - QUALIDADES - IV


Fotografia de: A.Pombo

UNIVERSO
O todo que não se alcança. O sistema Solar com os seus planetas satélites e estrelas.
O tão almejado tudo que existe, sem se saber o que é.
O sistema do Mundo. Reduz-se. Passa ao mundo. À Terra e a nós.
À nossa universalidade. Ao domínio moral ou material comparável esta dimensão.
Passa-se do tudo que existe e não se sabe, àquilo a que se limita o nosso pensamento ou acção. Isso resume-se ao nosso universo. Linhas idênticas de universos paralelos que se resumem a expansão, continuidade das estrelas e luz.
Tal como nele tudo em nós se forma de pequenos nadas.
Partículas simples mas que não deixam de ser fundamentais.
Que tal como no Universo os fragmentos se encontram submetidos a duas forças:
A da gravidade ou reacção devido à densidade da massa, corpo.
Outra a força explosiva provocada pelos sentires.
Assim somos universos habitando o Universo.

ESPERANÇA
Acto de fé que a antecede e de espera de um bem que se deseja.
Consoladora na e da ausência.
Segunda de três virtudes teologais que se complementam.
A primeira, carrega a fidelidade a promessa ou compromisso
Confiante na lealdade no saber e na verdade do que a esperança deseja.
A última leva-nos a desejar a felicidade que a esperança almejava
E quando se alcança a entregamos sem reclamar.
Sempre ambiciona algo novo que parece destinado. Futuro brilhante.
Tal como para Alexandre, ela é o estandarte dos que se lançam,
Em empreendimentos ousados, contando apenas com os recursos da sua inteligência, esforço e entrega por bem querer.
Simbolizada, muitas vezes, por uma pequena e jovem ninfa de rosto sereno, que segura com firmeza na sua frágil uma flor. De nada mais necessita. Despojada de tudo, resta a beleza de ter acreditado na Esperança.

MÃOS DADAS
Não apenas parte de um corpo, ou escova de pontas metálicas que serve para cardar.
Ao serem cortados, os membros das reses passam a sê-lo também.
O conseguir fazer as coisas de maneira e feição, permite-te o título de mão para.
Mas terá de saber executar.
Unificadora, liga a conta ou chicote de um cabo a si mesmo.
Pode ser a medida certa ou não, depende da capacidade de bem pegar.
Protege ou ofende. Acaricia ou maltrata. Faz e desfaz.
De mão dada é ajuda, protecção e auxílio.
Portadora de destinos!
Alberga em si as linhas da vida, da cabeça, do coração e da fortuna ou sorte, que está associada a um dos mais longínquo planetas, quem sabe contendo nos seus anéis a história guardada de cada um.
Na base dos dedos estão as qualidades, registo das alegrias e tristezas!
As ambições também estão lá, incentivando a felicidade a sabedoria, a inteligência, o gosto pelo belo, o trabalho, o amor, a coragem, o sonho, a melancolia, a castidade, a elegância e o amor do Amor.
Quando se unem as mãos dá-se a entrega, a dádiva do tudo que se possui!
De mãos dadas a força da imensidão!

FALAR
Ao pensar nela liga-se a palavras ditas, ao emitir e proferir sons!
Mas será obrigatório?
Exprimem-se pensamentos em palavras não ditas, mas a quem se dirigem?
Alguém as conseguirá ouvir por as sentir? Trabalho árduo esse!
O falar será então substituído por gestos, símbolos ou apenas olhares.
Como a honra, que também fala e é necessário obedecer-lhe!
Revelar nos olhos todas as palavras, que falam os pensamentos sentidos!
De mil formas se pode falar, mas de poucas o sabemos fazer. Há, no entanto, uma escola importante de ensino árduo e solitário. Falar consigo mesmo!
Palavras escutadas em surdina, por vezes agredidas e que dão a resposta.
São duras, talvez por isso, não passarem de sons articulados no silêncio do ser.
Melhor seria transparecer, trocar, falar palavras diferentes com significados comuns.
Aprender o que as palavras querem dizer é fácil, senti-las mais difícil.
Traduzi-las com fervor para que não tropecem, caiam, se amolguem e percam o valor.
No guardador de palavras, elas “estão”, à espera de serem lembradas, ditas, escritas, faladas e sentidas!
Há que falar!

ESPÍRITO DA CARNE
Dos músculos à parte mole dos corpos, tal como a polpa de certos frutos e à natureza humana, no ponto de vista da sensibilidade. Pois como diz o ditado “a carne é fraca”. Que seria então dela sem o espírito? Seria devorada como a de um animal ou fruto qualquer, para sobrevivência, gula ou simples prazer.
Que forma anímica lhe incute essa substância incorpórea? Esse espírito? Dá-lhe o alento vital. Alma.
Ente imaginário, que se prova a si mesmo de forma irrefutável. Transformando a carne que alberga, desenvolvendo-a, criando um espírito e ser superior.
Corpúsculo, a quem é atribuída a faculdade de levar a vida e o sentimento aos diversos pontos do organismo animal, deixando de ser apenas carne e transformando-o em espírito da carne. Em uníssono os dois se ligam, os dois evoluem e Vivem em comunhão. Compensam-se, apoiam-se e satisfazem-se mutuamente. O espírito apazigua a da carne, quando esta apenas é vista como objectivo sem espírito.

LUZ
Claridade, o que ilumina e torna visível. O astro Rei.
É a evidência, a verdade, a ilustração e o esclarecimento.
O brilho e o fulgor, que está na luz dum simples olhar.
Tudo o que ilumina o espírito, dando claridade intelectual, intuição, faz tornar evidente, aparecer e ter valor. Faz-se luz!
É a revelação, a fonte da verdade. Remete para o nascer do Sol, o abrir dos olhos e ou a alma.
Conhecer e dar conta do que se ignorava. Sem ela nada se vê, nada se sente.
Tudo seria gélido, agreste, morto e sem vida. Pois é ela que faz vibrar, nas ondas que recebemos e provocamos.
Vivemos nos sentidos, reflectidos, refractados e de difusão.
Somos senhores da sua velocidade e intensidade. Se é invisível, negra, fluorescente ou fria.
Sem ela os seres definham, não crescem e não evoluem.
A luz é algo que se vê no exterior, mas que mora no interior de cada um!
Para que a luz nos ilumine de verdade é preciso Abrir os olhos da alma!

Dina Ventura – Outubro de 2009

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

ESTADOS - EFEITOS - QUALIDADES - III



ABRAÇO
Se se abraça criamos um elo ou cirro de vinha,
Podendo chamar-se também gavinha.
Folhagens bem frescas lavradas em volta de uma coluna.
A lavra afasta o abraço, pois obriga o monge a viver no mosteiro.
Celas separadas por uma simples parede, que tudo faz.
Gavinha ou abraço, um apêndice, enrolado em espiral
Que se sente e que de alguma forma ajuda a suportar o próprio peso.
Porque serão os cirros penas? Ou tentáculos de alguns peixes?
Será com intenção de proteger, distinguir algo de algo?
E que abraçarão as nuvens brancas bem distantes,
Parecendo formadas de filamentos ou penas cruzadas?
Aparecerem em dias calmos podendo anunciar a chuva ou a neve.
Porque tudo se parece, se imita, se retrata e se reporta à Natureza.
Será assim um abraço.
Cria cirros, indo do extremo do bem ao oposto,
Consoante a natureza da sua Natureza.

AUSÊNCIAS
Olho e nada vejo que me impele.
O sono invade os meus sentires e o meu corpo.
Não para levar-me ao sonho, mas antes
Para não me levar a pensar. O Pensamento está incerto, vazio.
Procura no que já pensou e nada lhe faz sentido.
Adormeceu e adormecido de nada serve.
Se reage é esquecido, se não esquece é ferido.
De que serve então não pensar?
Apenas desnivela o equilíbrio e ressarça as exclamações
Do nada que procura ouvir.
São ecos, ecos sem embates de devolução
Que se perdem no espaço, vagueiam no vácuo
Em esperanças que estruturam a realidade,
Que não é, nem será mais do que o pensamento!
Olha, canta, permite e espanta.

PORQUE SE PROCURA
PORQUE SE ENCONTRA

“Para iluminar, esclarecer. Sentir o Sentir. Falar do pintar! Isso sabe-se! Como?
Não me compete a mim saber a alma sabe e saberá. O subconsciente, a Alma Grande, sabia.
Tenho sempre o que quero, é uma espécie de círculo, que primeiro me põe à prova, me molda mesmo no crisol.”

Para sentir, o sentido de Sentir.
Da escrita do pensamento nas palavras da alma.
Preencher o vazio que sempre se possui
E crescerá se não se preencher e “desalimentar”.
É preencher sem ter. Controverso? Talvez.
Mas mais ainda quando não se sabe possível.
Talvez a alma saiba, por isso busca e alcança sempre o que quer.
Mas nem sempre o tem. É algo que alberga, mas doa. Sem querer ter.
Será um circulo…pode ser! Mas sendo-o, não vale a pena lutar para ter.
Têm-se apenas sentindo.

TOLERÂNCIA
Não possuída deixa de ser qualidade.
Sendo-a, aponta para a indulgência por aquilo que não se pode ou não se quer impedir.
Sendo cega entra na condescendência quem sabe sem utilidade. Melhor será, tal como o corpo humano, adquirir a capacidade de suportar certos medicamentos. Tendo em conta a quantidade para mais ou menos, necessária à compensação e equilíbrio.
É dar permissão ou compactuar com algo, que pode não cumprir ou não comparecer. Aí a cada um se deixa a liberdade de praticar a crença que professa. Mas tolerando os abusos é-se no entanto cúmplice deles! Então que fazer com a tolerância?
Tudo se pode desde que não seja totalmente defeituoso. Temos de ter em atenção que tolerável também pode ser sofrível e pouco cotado. Ou seja, abaixo do suficiente.
O que se tolera pode por vezes encetar o caminho do maçador, do repetitivo, do aniquilador e o mergulho em águas salobras. Não faltando a água, não sacia a necessidade. A sede mantém-se pela ausência das propriedades que alimentam a vida.
Haja tolerância na Tolerância.

Dina Ventura 14 de Outubro 2009

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

ESTADOS - EFEITOS - QUALIDADES - II

CEGUEIRA
Cego é quem não vê o que o rodeia.
Mas quem não vê, não o sendo?
Entra no fanatismo, no extremo e no desvario,
Acabando por cair no lago da ignorância.
Na ausência completa e profunda dos sentimentos altruístas.
A cegueira moral leva à perversão,
Com a conservação da inteligência.
A quantos a sua psique lhes nega a visão
E as coisas passam a ser vistas e não reconhecidas.
Apenas cegueira simplesmente cega.

DESENCANTO
De rompante o despertar.
Bateram à porta. O desencanto aparece sem se anunciar.
Diz estar na hora de acordar, de dar inicio às apresentações.
Arrasta com ele uma multidão e começa por lhe dar nomes.
Sem ordem alfabética, nem organização. Acotovelavam-se
Para ocuparem o espaço que estava vazio à sua espera.
Desilusão? Presente! Decepção? Presente
E continuou por tempo infindável. Até que chegou a uma chamada que não se ouviu o grito de estar ali! Mas estava, apenas não respondeu.
Ilusão!!!
Voltou a não soar…silêncio, ausência ou paragem?
Nada disso, apenas indecisão.
Não sabia se estava, ficava, existia ou desistia.
Seria engano dos sentidos ou da inteligência?
Não sabia se tomava a aparência pela realidade,
Ou se tudo não passava de uma ilusão da vista. E então?
Não seria esse o seu nome…mas sim miragem!
Confusa, mas firme em si recompõe-se no efeito artístico
Que procura produzir, na impressão da realidade.
Que fazia ali o desencanto? Para a expulsar?
Dizendo que apenas se alimentava de ideias quiméricas,
Coisa efémera e enganadora…
A ilusão reagiu, empurrou o desencanto e gritou!
Cala-te tu! Por causa de três letras destruíste tudo! O encanto que possuías, que arrebatava, dava prazer. Tinha atractivos! Onde estão? A beleza, a sedução, os encantos da Natureza e todo o encantamento? Fica com o teu “des”! Não vences, eu sim eu sou vida…
Porque a própria Vida é real, mas é também uma ilusão.

ESCRAVIDÃO
Entrega total ou dedicação, acreditando escrupulosamente. Assim, sofre-se o domínio, é-se escravo.
Escravo de um sentir, de um fazer ou simplesmente escravo. Não deixa de ser um estado, uma condição de servidão, cativeiro, sujeição ou dependência, faltando enfim a liberdade por bem querer ou fazer.
Pode não ser por compra ou sujeição absoluta, mas por entrega ao que se acredita ou obedece. Dominado pela paixão e entrega da alma.
Que seja,
Mas nunca ter alma de escravo, o que a torna vil e baixa.
Ser escravo das suas paixões, obedecer-lhe cegamente sem forças para as refrear. Morre.
Da guerra a mercador, ou a lago…
Nunca à escravidão.

INTERFACE
Não passa de uma preposição que significa entre.
Antecipa-se e torna-se mediadora por vezes de nada.
Acompanhada algumas vezes de traço, só com autorização.
O segundo elemento deixa que se lhe junte, caso o H ou R assim o entenderem, depende de HR.
Assim, sem homem ou razão não há hífen, seu elo de ligação.
Sem ele serve de acompanhante, atira o sentido para algures, ou unem-se, acrescendo algo no meio deles.
Assim várias opções: ou dá espaço ou liga-se a ela ou se afasta.
E na face? Sem, não liga. Com, é irregular.
Então para que servirá o inter na face?
Representará alguma que não se vê e que por isso se disfarçou de inter passando a ser uma em duas, não duas numa, mas sim três em duas! Interface.

O NÚ
Quando ouvido sente-se assinalado, mas ao ser visto torna-se descoberto exposto à vista.
Quem sabe maltrapilho, desguarnecido, sem ornamentos que o disfarcem.
Árvore em pleno final de Outono, sem folhas ou verduras, sentindo-se privada, destituída, desactivada e seca.
Mas porque não a mudança?
A necessidade de retirar tudo o que estava e colocar-se sem disfarces, tornando-se na verdade nua e crua e tomar a sua melhor e nova forma!
Nú.

ESTADOS - EFEITOS - QUALIDADES - I

A DUPLA
Contendo duas vezes a mesma quantidade
Redobram as forças, que vale e pesa em dobro.
É o sal resultante de outros dois. Cristal único.
É uma festa, mais solene do que as outras,
Chamadas apenas de simples ou semi.
São duas estrelas que à simples vista parecem apenas uma.
A longa distância no tempo seria, chamada de sombra,
Fantasma ou projecção aérea de um morto. União de almas.
Mas com o “A” ela é substituída.
Tem várias relações e associações.
De lugar onde, de tempo, de modo, de ordem e sucessão.
Pode negar ou privar, quando se antecipa.
Pode acrescer intensidade e transformação.
Separar, colocar uniformidade ou apenas imitar!
Prolongar apenas, na intensa perseguição de aproximar e fundir.

EVOLUÇÃO
Transformação gradual no tempo sem Tempo.
Tempo e espaço que existem apenas para o impulso vital.
É uma marcha evolutiva, sem retorno.
Apenas se acompanha e se é acompanhado.
Nada detém, nada destrói e tudo aumenta.
Sentido, no sentido dos Sentidos.
Se dá conta, sem dar, dando. Sem controlo.
Emerge e imerge da alma, da necessidade de elevar.
Apenas aumentando e atirando-nos para um centro,
Donde se vislumbram outros e outros
Aumentando cada um, para se encontrar o Centro.

ESBOÇADO
Sendo sorriso, traço ou sentimento
É o delineado inicial de alguma coisa.
Pode ser o traço geral, mas mesmo oculto, contém a obra.
Será um ensaio, uma palavra ou um resumo,
Mas a totalidade está contida.
Não perceptiva para quem não sabe,
Mas profundamente preservada e conhecida
Para quem esboça.

A CURA
Após.
Mas poderá não ser. Pode apenas ser o desejo de a obter.
Sem a tentativa não há o resultado e sem a doença,
Resta a prevenção.
Males reparados. Doenças curadas.
Neles se apoiou a Cura para funcionar.
A sua dimensão caminha em proporção.
De mãos dadas se encontram.
Se anulam ou se complementam.
Ou apenas coabitam ou se expulsam?
Medindo forças para quem deve ficar?
Que vença a cura.

AMOR PRIMATA
Aponta para a noite dos tempos.
Para a transição entre espécies,
Sentido em liberdade e busca.
O amor sentimento pelo qual o coração é levado,
Para o que lhe agrada fortemente e deseja. A posse.
Gosto vivo e intenso.
Fenómeno talvez, que permite adornar de mil belezas
Todo um local deserto e gélido. Entrega apenas.
Primeiras emoções da alma, sem controlo,
Que despertam ao sopro de uma aragem.

A FACE
Do semblante às superfícies rasas se manifesta.
Não é a medida, nem as páginas manuscritas
Com um determinado número de letras por linha.
Obedecendo a uma tabela. Não.
Não é cotar pelo mais baixo, nem tão pouco
Colocar pelas ruas da amargura. Não!
Será talvez o espelho.
Tal como aquele em que o lago se transforma
Pela calmaria das águas, onde tudo parece plano
E a realidade se duplica, virada ao contrário.
Quem sabe o lado duma moeda onde a cara se manifesta
Mostrando o ângulo que nos mostra o oposto e o avesso.
Se fazemos face é porque nos opomos, ou então
Por desejarmos resolver.
Então qual da face faz face ao que se pretende ver na outra face?
Serão duas? Ou mais? Ou tantas quanto se quiser?
É melhor querer…pois nela se encerram muitos sentidos.
Do olfacto passando pelo sabor, o melhor é ouvir
O que o olhar irá reflectir.

O OLHO DE ORWEL
Capta, perscruta e segue!
Persegue sem se dar conta, vigia.
Sabe-se que está lá, mas esquece-se.
Adormece!
Acordo num jardim e as árvores são a imagem captada.
Espaço vazio se não olhado.
Banco vazio se não ocupado.
Abandonado, enferrujado por ninguém se sentar.
Ou sentou e não foi visto nem viu?
Incapaz de se expor, ao ser olhado
Não mostrou ao mundo a miséria de estar só.
Ninguém reparou! Porque não gritou?
Perdeu a voz, esqueceu-se que também é imagem
De si, dos outros e do que não se capta, se não se observa.

APELO DA ALMA
O que se sente, quando se Sente?
Não é paixão, não é amor, nem amizade.
Não é nada que se conheça.
Apenas se sabe que é nascido.
É algo novo que não existe, existindo.
Não tem nome apenas É
Um apelo da alma.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O TEMPLO DA ALMA


by: Bernardino Costa
http://bernardinocosta.artelista.com

Sem forma ou paredes, apenas Existe.
Rebatem os sinos e não desperta,
Mas nada a detém.
Encontra-se em si, de si saindo
Na expansão e velocidade, no descanso do corpo.
Para retoma das forças embrenha-se nas águas!
Meio que a lança pelos quatro estados visíveis,
Transportando-a para o invisível dos estados,
Onde descansa, no voo da liberdade da aparente ausência.

(…)

Erguido em honra das divindades…
Denso nos seus ornamentos severos.
Também lugar a descoberto e elevado,
Consagrado ao espírito, na imensidão.
Lugar misterioso e respeitável
Onde habitam recordações de grandes acções.
De nada valem as pedras, as amarras, o ouro…
Correntes, cadeados ou portas cerradas.
São ferrolhos sem sentido para a Alma!
Ela tem o seu Templo, por onde ela transpira, respira,
Se dilui na água, avançando em Liberdade!
Os sinos mudos apenas a alertam para que chegou a hora!
Volta. Regressa ao templo que sereno a aguarda.

Dina Ventura Outubro de 2009

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

QUESTÕES DE UM SER - IMENSO ABSTRATO



Sem se poder medir, quase sem limites tal como o oceno.
Sendo uma propriedade isolada, vê-se separada do conjunto apesar de o ser.
Agente da qualidade pura foge à pequena realidade.
Refugia-se e encontra-se na ciência abstracta de forma distorcida,
Porque preocupada, tal como a amizade, a coragem e a sabedoria;
Que existem por si próprias, podendo ser difícil de entender e praticar.
Tal como os números: 3, 8 e 4 são abstractos
Mas que não deixam de quantificar o que quisermos.
Teimosia do realismo que não sabe quantificar!
Na fotografia a realidade não está representada
E sim a realidade imaginada, visionada com os tons que quisermos.
Cada um pode criar e criará a sua própria realidade.
Vivamos de forma a não sermos apenas um imenso abstracto.

by: Dina Ventura - Setembro de 2009

QUESTÕES DE UM SER - VISÃO



Da acção ao efeito de ver, resta a imagem que se julga Ver.
Pode passar da realidade visível, aos devaneios, quimeras e fantasias
Ao que as janelas do corpo nos permitem.
Sensação particular que nos revela a presença, através da forma e cor.
A luz que promove e a lente natural apresenta.
A íris reage, o cristalino modifica e acomoda-se.
Mas se algo não funciona essa imagem deturpa-se.
A nossa essência ligada a outra maior, Vê a ideia das coisas.
Se não estiver claro e transparente, deformará as ideias percepcionadas.
Bem representada pelo animal que vive no deserto,
Que percorre caminhos insondáveis em busca de alimento
E por recear, não receia, pois adivinha os perigos à distância,
Apoiado e confiante na sua Visão.

by: Dina Ventura - Setembro de 2009

QUESTÕES DE UM SER - SONHO DE MULHER


BY : BC

A imagem que o espírito forma durante o sono ou,
Simplesmente sonhar acordado.
Profético? Ou imaginação sem fundamento, ideais quiméricos.
Serão ilusões, imaginação vã e tal como a vida um sonho.
Mas são ideias alimentadas com paixão, eivadas de fantasia.
Ficção, aspiração, formando o ser, mulher, regando-a de calda de açúcar
Tal como o bolo fofo de farinha e ovos – os sonhos.
Os sonhos são constantes. Têm de ser, alimentam a vida.
Quando não existem é porque estamos esquecidos quando acordados.
Apenas fixamos os pesadelos, o que nos atormenta.
Há que sonhar.
Seja a realização simbólica de um desejo
Ou a sublimação do sublime.
Guia celeste do Ser, cheia de graça e poesia.
Mulher, o outro lado do homem, sendo apenas parte de um todo, Homem.

by: Dina Ventura - Setembro de 2009

QUESTÕES DE UM SER - TORNADO DO ESPÍRITO



Substância incorpórea, que talvez nos conduza a Deus.
Ao pronunciar, espírito, os anjos sobrevoam o imaginário.
A nossa alma manifesta-se e sorri-nos por ser lembrada.
É nesse progresso contínuo que ela se torna no princípio pensante.
Entrega-se ao que faz, mostra aptidão e torna-se inteligente.
Contradiz-se, contradiz e eis a outra faceta.
Mas concebe com rapidez, enuncia com engenho, graciosidade e arte.
Empreende, com sentido e significado na época que demarca.
Escreve e descreve com intenção, fundamentando-se nela mesma.
Rende-se e morre, destila e torna-se volátil.
Demarca a sua presença com serenidade, enfrentando os perigos.
Torna-se santo se chama a atenção e ao vinho dá o nome.
E é neste remoinho, que os ventos se podem misturar
Tornando-se súbitos e violentos. Dos opostos formam turbilhões,
Podendo destruir com violência e rapidez.
Quando orientados servem de movimentação e crescimento,
Para seleccionar, escolher, evoluir e alcançar
Através do tornado do espírito.

by: Dina Ventura - Setembro de 2009

QUESTÕES DE UM SER - SENSITIVO



Pungente e vivo, com a capacidade de e do sentir.
Sentir o cheiro das flores, do frio e do calor!
A impressão moral da alegria e da tristeza!
As misérias alheias.
Artista que sente o que canta, pinta ou escreve.
Experimentar o que se exprime e dizer o que se sente.
Ter sensibilidade física moral, relativa aos sentidos e à sensação.
Tal como a flor que ao mínimo toque se retrai,
Também chamada de mimosa ou pudica
E apenas porque se alterou de (o) para (a).
Tal como o ser humano que à mais pequena coisa
Se melindra e sensibiliza.
Assim é o sensitivo.

by: Dina Ventura - Setembro 2009