segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

PAIXÃO

É tecnicamente falando, uma emoção fixa, um hábito, que corresponde na ordem de sensibilidade, à ideia fixa na ordem da inteligência.
É, para filósofos de séculos passados, todas as doenças da alma, ou seja, os sentimentos.
É, nos dias de hoje, a inclinação levada a um certo grau de veemência.
Nasce de forma brusca ou progressiva e onde nos leva e a que velocidade?
Para os de certa inflexibilidade moral será sinónimo de alegria, tristeza, esperança e temor.
Para quem é defensor do “penso, logo existo” representa a admiração, amor, ódio, desejo, alegria ou tristeza.
Para outros, serão as tentações particularmente fortes dos desejos. Saber, sentir, dominar.
Mas alguma destas definições a descreve em pleno?
Existirão palavras que a consigam alcançar?
Ou será tão simples e inexplicável que não se consegue exteriorizar?
É entrega ao que se acredita.
É sonho revelado numa verdade escondida.
É resvalar suavemente pelo abismo perfumado.
É perder as forças, ressuscitando da morte.
É chorar as tristezas em sorrisos abertos.
É sorrir às tristezas que a alegria deixou.
É a dor de sentir.

Dina Ventura – 16 de Janeiro de 2010