quarta-feira, 30 de setembro de 2009

QUESTÕES DE UM SER

ESFINGE

Do monstro ao fabuloso se manifesta imponente e gloriosa.
Como o Sol majestoso, que está parado mas parece girar.
Assim a esfinge, transformada em estátua marca o tempo sem parar.
De olhar impenetrável, enigmático, longínquo e inacessível
Passa por não revelar os seus segredos.
Lança-se nas asas da realidade, no simples corpo de um insecto.
É a borboleta Universal, cor cinza e carmim.
De manto disfarçado querendo aparecer.
No seu tom amoroso, de amor esvoaça, espalha o seu odor a pinheiros
No seu cinzento pálido, eivado de horizonte se mistura e demarca,
Formando a esfinge dos voadores de vida curta e longa, em contraste.
Imortalizados na estátua do monstro sagrado.

LUTA ENCEFÁLICA

Os combates em recintos fechados são asfixiantes.
Um espaço de dimensão reduzida alcança o inimaginável.
São guerras titânicas, de fugas inter-galácticas
Para a obtenção dos saberes essências que se reduzem à essência;
Só esses podem caber, resumindo-se a recipientes ínfimos
De poderes e odores concentrados. Não podem quebrar.
Se acontecesse os cheiros puros tornar-se-iam letais.
Há que gerir, há que bem tratar para repartir e exalar.
Suaves perfumes duma luta encefálica.

Dina Ventura 30 de Setembro de 2009

QUESTÕES DE UM SER – ALQUIMIA

Sempre ouvimos falar da pedra filosofal.
Sempre os alquimistas a procuraram.
Necessidade de buscar a transformação
Ou transformação necessário para o avanço!
Quem afirma em nada acreditar, remate-a para o misticismo.
Mas para quem acredita que as nobres forçam alcançam,
Transforma os mais nobres dos ideais
Em ouro, multiplicando-o em rios!
Eles deslizam sobre as pedras,
Arrastam e carregam as filosofias do Ser.
Não param, rolam, apenas fingem parar
Para que o Homem pense durante segundos…
Que é o detentor do poder. Mas não é.
Refugia-se no presente, ausente, tentando enganar o Tempo
Que a qualquer momento lhe escapa.
Transforma o que existe, mas está preso, em verdades inesperadas.
Alquimia do Ser, ciência imbatível,
Arte na procura da panaceia Universal.

Dina Ventura 30 de Setembro de 2009

QUESTÕES DE UM SER - FORMA DO DISFORME

De grandeza desmarcada aponta o infinito.
Aprontada como horrível e monstruosa, porque indecifrável e desconhecida.
Não se sabe até onde vai o seu alcance.
Da configuração exterior, ostenta a disposição das partes…
Não passa de aparência, de contorno e do feitio de si mesma.
Pode ser, contudo, a forma graciosa no talhar das letras
Mostrando de maneira bela como tudo se manifesta.
O princípio substancial que anima a sua especificidade.
Molde que leva a alma a ser a forma do corpo vivo!

(Dina ventura - 30 de Setembro de 2009)

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

MEU 2º LIVRO PUBLICADO



. SEBENTA SAGRADA
Nasceu, antes do primeiro estar terminado e foi publicado em Fevereiro de 2008:

Um dia Cília, em coma há dezassete anos, acorda, mas sem lembrança da sua vida anterior ao momento trágico. As suas memórias são agora as de outra mulher. Lucília, que morreu de acidente na mesma altura em que Cília acorda. Lucília faleceu triste, com muita mágoa e com a vida inacabada. Estas duas almas cruzam-se na vida e na morte e fazem cruzar as vidas das suas famílias, confusas com este acaso trágico e misterioso. Cília terá de encontrar os instantes perdidos da sua vida e Valéria, a narradora deste livro, será uma peça fundamental na descoberta da verdade. Com a sua profunda amizade por Cília e a preciosa ajuda de uma terceira pessoa que entrará nas suas vidas, acham as respostas para encontrar de novo o caminho certo.

A editora Caleidoscópio: Obra surpreendente e original retrata um acontecimento de transcendência espiritual sem respostas científicas. Repleta de energia positiva, ensina-nos a ter tolerâncias com o desconhecido, a encontrar respostas nos lugares menos prováveis e a desmistificá-los.

Não me julgava capaz de elaborar “um romance”. Mas insistiu em aparecer numa simples manhã ao acordar. Despertei com ele e não me largou mais até ser transposto para o papel. E assim foi, mais uma vez A CALEIDOSCÓPIO – Editora apostou em mim.
Para ser realmente sincera, não percebia porque uma editora conotada com arquitectura e toda a técnica que daí advém, estaria a apostar em alguém que não é nada na parte de literatura nem pretensões tem. Disseram-me que não podia pensar assim e que se a editora não acreditasse que não arriscaria! E pronto é esta a história, das minhas andanças na escrita! Fui-me convencendo aos poucos que “escrevia umas coisas” e isto é como tudo na vida: não se pode agradar a gregos e troianos, mas em primeiro lugar há que agradar a nós mesmos e respeitar os outros e é o que faço pois escrevo com o coração.
Mas isto tudo para agradecer, em primeiro lugar à editora e parece que estou a fazer publicidade, estou sim porque merece, se não o fizesse era ingratidão da minha parte e por outro lado faço-o porque apostou em mim mais uma vez. Até à data nunca tinha feito publicidade, anunciado de forma séria os meus livros, mas desta vez faço de forma clara. Porquê?
Porque sinceramente talvez incentive outros a fazê-lo e a que a CALEIDOSCÓPIO receba aplausos pelo que faz.
E porque mostrar os antigos??? Porque sem eles não teria chegado ao que em Outubro irá sair, mais precisamente no dia 28..

Dentro em breve o anunciarei.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

MEU 1º LIVRO PUBLICADO



. Nas asas do vento encontrei Orixá – Outubro de 2007
Os “criadores de algo, ao falarem do que elaboram têm sempre a tendência a dizer “o meu trabalho”, o meu livro, o meu quadro, a minha história. Sentem-se como os donos de”. Como não faço a excepção, tento reparar o meu erro dizendo: o nosso trabalho, o nosso livro, o nosso quadro, a nossa história, pois há aqui muito de outros para além de mim.
Contra capa: Este livro fala-nos dos Orixás – Energias da Natureza, das suas origens, características e da forma como as suas vivências nos ajudam a um maior conhecimento de nós mesmos e de um melhor relacionamento com os outros.
Mas é sobretudo a história de um percurso pessoal, facilitando a descoberta do Eu, para depois possibilitar a viagem de busca para a Essência.

Foi assim que foi apresentado este livro. Sentido é verdade, mas um pouco inseguro talvez, pois não tinha nascido para ser publicado. Estava a ser escrito há trinta anos e não sabia nem imaginava que fim teria, mas nunca pensou poder ser lido para além do círculo de amigos.
Foi aqui que entrou a responsável por tudo isto: A editora Caleidoscópio. Sem ela, sem a sua motivação eu nunca o teria feito. Porquê apostar em mim? Em algo que nem romance é, memórias pesadas, poesia desde a adolescência e história de deuses da mitologia? Mas a resposta que me deram foi clara:
- Mas faz algum sentido, tirar cópias e distribuir pelos amigos? Francamente!
Foi com esta pergunta e afirmação que me decidi. Porque não? Pelo menos os meus amigos vão ter algo meu “como um livro”. Sempre escrevi e nunca me “achei” escritora, nem sei porquê! Talvez porque nos recônditos da minha memória Escritor seja algo inalcançável para o comum dos mortais! É como pintor! Palavra imensa, intensa que apenas pensada me surge automaticamente: Dali, DaVinci, Picasso, Klimt e todos os que poderia enunciar, os grandes monstros sagrados. Pois é e que fazer?
Invejá-los? Não por certo não nutro em mim esse sentimento.
Imitá-los? Não porque não tenho o seu saber
Então só me resta ser, simplesmente eu. É com isso que me apresento. Não imito ninguém, nem quero, aos outros admiro pela beleza que me permitem vislumbrar. Grata CALEIDOSCÓPIO bem hajas e quem sabe muitas portas abrirás a muito mais gente. Que te ajudem a ajudar.

Próximo tema falará sobre o segundo livro publicado: Sebenta Sagrada.

POESIA PARA MUSICAR - FADO

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by: cb


Fado 1

Perseguir a minha alma

Enquanto a minha alma persigo
Ela abandonou-me para ir contigo!
Ouvi o teu chamado e corri
E no refugio da minha solidão
Nem ouvi o bater do coração.
Senti que me perdi para ti
Ouço a minha voz a implorar,
Não partas meu amor se eu ficar!
Respiro o ar que contigo levaste,
As lágrimas rolam sem permissão
Talvez para tentar limpar o coração.
Sinto na pele o cheiro que deixaste
E agora meu amor que partiste
Não quero saber mais do que existe.
Sinto que nunca mais te vou perder
Porque vou continuar a correr
E encontrar a alma que me levaste
Pois só me interessa reaver-te
Porque agora meu amor que partiste
Deixaste-me sem alma e sem querer
E a vida nada mais tem para Viver.


Fado 2

Deixa-me apenas não ser!

Choro e sofro sem e por querer
Porque sinto dentro de mim, o doer
Por não te ver e não estares ao meu lado.
Não sei o que dói mais, de tudo o que sinto
Se ouvir a tua voz a dizer, eu não minto
Mas não te quero mais, está acabado,
Ou fingir que estás ao meu lado sem te ter.
Não sei o que dói mais, do que este sofrer.
Olho para mim e sinto que não sou eu,
Há um esconder este amor profundo,
Infinito, sem retorno em qualquer mundo.
Sinto-me dentro de algo que já morreu.
Por ti, por nós, por nada que não tivemos,
Morri, sou um barco à toa, sem remos,
Sem rumo e nem se importa se é ruim.
Resta a dor de não ter escutado a razão,
Que gritava em surdina ao frágil coração
Não vás por aí, porque é o princípio do fim
Dum amor, que não passa dum eco sem regresso.
Por isso amor, amor da minha vida, eu te peço
Com a alma de quem ama e está a sofrer,
Não me deixes no mundo com este amor.
Eu já não sou nada e o que existe não tem valor
Por isso e por amor, deixa-me apenas não ser!

Dina Ventura 28 de Junho de 2009