segunda-feira, 7 de dezembro de 2015


Não existem palavras
Que possam definir
Determinados estados de espirito
É preciso viver as coisas para as conhecer...
Tão certo.
Um dia dei colo à tristeza
Hoje pedi-lhe colo
Porque sabia que apenas ela
Seria capaz de entender
O que a minha alma sentia
Lágrimas interiores
Não decifráveis à luz do dia.
Todos os sentimentos
Reunidos num
Sem nome, sem rumo e sem origem
Sabendo, no entanto, a origem do rumo e do nome.
Jamais alguém poderá entender o que foi sentido
Jamais alguém poderá sentir o mesmo
Jamais entenderá o porquê do que foi sentido
Por não compreender o sentido
Do fazer sentir.
Controverso... não
Apenas enconcontro
Com o vazio do que está presente.
Dina Ventura – “only me”
Gramática da Vida
A luta interior supera o exterior
Revela-se invisível no ecrã da vida
sem que nos demos conta 
que por vezes parece perdida
Mas que é apenas um sinal
para não perdermos tempo
E comecemos a conjugar os verbos
nos tempos certos para que a eles,
se juntem os substantivos
Os pronomes definidos e indefinidos
Os complementos diretos
Os pronomes…até os reflexos
E que em frase completa
que por vezes parece sem sentido
Nos encaminha para a descoberta
Nas probabilidades do complexo
Do pronome reflexo
E quem sabe da gramática da Vida.
Dina Ventura – “Only me”
Óleo - Dina Ventura

segunda-feira, 3 de agosto de 2015


Sendo ou não aproveitamento
De ocasião, de tempo ou delongas
Se não passar pela sorte, algo poderá acontecer...
Com esforço ou lazer, sem esperar nada em troca
Receber o que não se espera quando nos batem á porta.
Se não se tornar em politica, não destruindo a verdade das palavras
Sendo oportunista denota que não se deformou
Sendo democrata.
Difícil é não embarcar num navio a todo o vapor
Deixando para trás quem não se importou
De ceder o lugar sem favor.
E assim nesta contradança
Entre oportunismo e oportunidade
Se torna tudo num misto sem mudança em qualquer sociedade.

Dina Ventura 

domingo, 2 de agosto de 2015


SOU ÁGUA

Todas as coisas têm a importância que nós lhes atribuímos.
São duas faces da mesma moeda.
Para uns, o que não é, poderá ser o fundamental para outros.
Portanto, há que respeitar os outros para que possamos ser respeitados.
Somos o exemplo de nós mesmos.
Não faz mal que, mesmo não sendo possível, tentemos fazer um exercício muito dificil
apesar de facilmente aconselhado mas não executado:
Colocarmo-nos no lugar do outro. Dar atenção ao grande provérbio:
Não faças aos outros o que não queres que te façam.
Quando não cumpres seja o que for,é, em primeiro lugar, a ti mesmo que não dignificas.
Ser livre é: poder sentir que aos olhos dos outros te tornas invisível, mas que consegues olhar para ti de forma clara, nitída e transparente.
Sou um contrassenso no tempo.
Não me submeto a ele, mas quero respeitar o dos outros.
Logo, acabo por me ter de regular por ele.
Sinto-me livre senão ocupar e desrespeitar o tempo dos outros.
Para mim ser livre, neste contexto, é ter em atenção os outros.
Sou água. Sem nexo, a água reage a diferentes condições ambientais: à poluição, à música a tudo que a envolve e onde se envolve.
Somos água.
A água incorpora as vibrações e energias do meio ambiente. Assim, tal como a água, seremos capazes de nos curar e transformar positivamente, ao nosso planeta, pelos pensamentos que escolhemos. Quando pomos os nossos pensamento sem acção e ou em acção...
A molécula da água, altera-se com o som das nossas palavras, devido às nossas ondas energéticas.
No negativo, a molécula da água distorce-se e deforma-se. No positivo formará estruturas maravilhosas...
Assim somos nós... com grande percentagem de água no nosso corpo, somos o que pensamos e transmitimos ondas que poderão alterar de forma inimaginável o que nos cerca e rodeia.

Dina Ventura – Agosto de 2015


sábado, 25 de julho de 2015



No reflexo de mim vejo os outros
Nos meandros da vida perdida
Renovam-se esperanças e bençãos
No filme de relatos vazios
Na ânsia que o final carregue

Todo o sentido não entendido.


Dina Ventura - Julho 2015

sexta-feira, 24 de julho de 2015


Da ação ao efeito de ver,
Resta a imagem que se julga Ver.
Pode passar da realidade visível,
Aos devaneios, quimeras e fantasias
Ao que as janelas do corpo nos permitem.
Sensação particular que nos revela a presença,
Através da forma e cor
A luz que promove e a lente natural apresenta.
A íris reage, o cristalino modifica e acomoda-se.
Mas se algo não funciona essa imagem deturpa-se.
A nossa essência ligada a outra maior,
Vê a ideia das coisas.
Se não estiver claro e transparente,
Deformará as ideias percecionadas.
Bem representada pelo animal que vive no deserto,
Que percorre caminhos insondáveis
Em busca de alimento.
E por recear, não receia,
Pois adivinha os perigos à distância,
Apoiado e confiante na sua Visão.

 Dina Ventura

terça-feira, 21 de julho de 2015



Quando não se consegue pensar
E o raciocínio desconta em si mesmo
Rasuram-se as paredes erguidas
Nas defesas que escondem os reparos.
Lá, se escondem os cadáveres
Emparedados entre medos

Sem ansiarem à libertação.

Dina Ventura - Julho 2015

segunda-feira, 20 de julho de 2015



Nos sentidos perdidos do sentir
Desnivelam-se os temores
Vacilam as penas e as dores
Nas paralizantes agonias.
Enveredam por caminhos não queridos
Atravessam as barreiras do esperado
E embrenham-se na floresta sombria

Em busca das sombras perdidas.

Dina Ventura - Julho 2015

domingo, 19 de julho de 2015

                                                              óleo de Dina Ventura

Sintonias

Confesso que é evidente
Que nasce, cresce e floresce
E nunca se ausenta.
E mesmo sem saber o que representa
Se tem forma e transparece
É algo que nos aquece
E molda a alma em cor
Fica estática na espera
Reage ao menor calor.
Da palavra que a descreve
E se trancreve como amor
Tenta analisar e não consegue
Porque a razão adormeceu
Deixando que a alma se solte
Pois sabe que o infinito é seu.
Assim, gosta de sonhar acordada
Dormir ao som dos embalos
Dos sons do próprio silêncio.
Recomeça do nada
Sente o vazio do vazio
Escaparam-se as palavras bonitas
Porque não fariam sentido.
E no meio desse mistério
Declara a brisa sagrada
Que se tornou num templo
Por se sentir tão amada.
Os medos cairam por terra
A terra enterrou a matéria
A matéria não se entregou
E só o amor restou.
E na dança de uma alma apenas
Se torna o pequeno em imenso
Ficando a saudade em silêncio
Para ouvir o som do intenso.


Dina Ventura – “only me”

TRANSLÚCIDO
óleo Dina Ventura


Foi-me colocada uma questão:
Conseguimos entrar em contacto/conexão com Entidades máximas de Luz?
Pensando nessa pergunta, deambulei por recantos da mente e encontrei as respostas de sempre: 
- quantas vezes já me questionei sobre o tema..
- quantas vezes coloquei em causa...
- quantas vezes acreditei...
e se isso é possivel... por mais estranho que possa parecer, podem existir várias respostas para a mesma questão. Porquê? Porque depende muito de quem as proferir, da verdade de cada um, da filosofia, do convencimento ou auto-convencimento, da egolite... enfim de tantas condicionantes que, para apenas uma resposta, daria um “workshop” digno e de certeza muito interessante e de aprendizagens mútuas.
Mas agora livre das várias hipóteses que sempre gosto de colocar e adoptar, posso com clareza afirmar que há uma forma de contacto sim e que está em todos nós, chama-se: Pensamento.
O Pensamento é a forma mais sublime de contacto. Ele não tem barreiras, limites, universos, galáxias, Ele é apenas a Forma, a Execução e a Organização Cósmica. O que nos cabe é trabalhar intensamente, para que as condições necessárias e suficientes existam, para que qualquer tipo de influência nefasta não interfira e desvie a rota do Pensamento. Caso isso se consiga, o que é por si só um trabalho hercúleo para o comum dos mortais, a conexão é audível. Mas tudo isso é muito melindroso, tal como se poderá entender o quão dificil é conseguir detectar a menor interferência. Por isso cabe ao ser humano o bom senso, para que nunca se considere acima de nada e muito menos acima dos outros. Esta é uma das respostas possíveis, e minha, mas como se poderá depreender, nunca chegará para responder, devido à complexidade e simplicidade do tema. Um abraço. E a quem ler, por favor não concorde apenas por concordar, pois isso é um dos erros gritantes desta Era, gostar porque é bonito gostar, concordar porque é ou será agradável à pessoa, ou pior ainda porque é “bem” ou “fica bem” este assunto ou outro do género, pintura, poesia... ou outros que não sejam criados apenas para serem “mostrados” e sim e apenas porque se sente de alma... por favor... pensem que a era do parecer tem de ter um fim.
Dina Ventura - 2015