quinta-feira, 12 de novembro de 2009

LIBERDADE


Fotografia by: MLinus

Tudo tem forma, texto e contexto.
Se a liberdade tem nome, como consegue ser livre?
Se lutam por ela, se a perseguem e não lhe dão paz, como saboreia o nome.
Como tem o poder de fazer, deixar de fazer e de escolher?
Independência.
Pressupõe o estado oposto ao do cativeiro e da servidão.
Apoiada no cajado da franqueza, fraqueja, pela fraqueza das lutas.
Ajoelha na sinceridade, fala consigo mesma e o espírito pede asas.
Aí, o corpo abandona-se à vontade de nada ter que o aprisione.
Será a obtenção do poder de não ser tolhido, privado e castrado, no exercido das suas faculdade e direitos. Mas. Palavra dura que pode até nem ser palavra e sim (…).
Traidor da liberdade por um lado e anjo da consciência por outro.
Palavra dúbia que faz hesitar e tremer a liberdade. Apenas um mas.
Assim a Liberdade vê-se, não liberta entre leis.
Aí, mesmo que queira ser livre não pode, porque existem outras liberdades.
Se é definida como tendo poder de escolha e ausência de constrangimento, porque fica constrangida, quando escolhe ou não.
Se não é dominada pelo o medo, acaba por o acolher na sua propriedade.
Se exprime os seus pensamentos, sem acanhamento ou preconceitos, corre sérios riscos de ultrapassar as leis que a emparedam.
Pensa em si mesma, olha-se de frente e sente o que fazer:
Libertar a liberdade, da liberdade que não tem.
Dina Ventura - 11 de Novembro de 2009