terça-feira, 19 de abril de 2011

quarta-feira, 13 de abril de 2011

FANTÁSTICO


Outro olhar… http://regatosdaconcentracao.blogspot.com
E logo ao lado do divertido está fantástico!
Não passando também de incógnito,
Ficam bem juntos!
Não sei porquê,
Mas lado a lado, dão-se compostura….
Acho que não,
Tira talvez a graça ao divertido, será?
Porque no fantástico está o criado
Pela tentativa,
Que pode tornar-se extravagante
Ou até absurdo
Porém com capricho de devaneio.
O fantástico nasce da inquietação
E da dissociação que choca a razão.
Podem figurar fantasmas
E sem dúvida ou com ela,
O que só tem cabimento na imaginação.
Será mesmo?
Por ser oposto ou quase do real
Deixa de o ser?
Mas o fantástico é distinto do maravilhoso,
Dos contos de fadas, dos romances,
Onde o encantamento e a magia são a regra!
Fantástico é o intruso,
Um invasor do mundo submetido à técnica.
Coloca lá, a sua fonte de imaginação,
De mistério, de horror até
Nas fissuras do pensamento cientifico!
Na vida através de várias vias
Encontramo-nos frente a frente
Com fenómenos que surgem do vulgar,
Por vezes até maléficos,
Mas que não passam de fantásticos,
No contexto da vida real!
E assim nasce da inquietação
E da dissociação indo embater na razão!
E estes seres fantasmagóricos,
Afinal existem na realidade
Ou somente na imaginação?
Quem sabe?
Talvez como na actualidade,
Não passem de pura e cientifica ficção,
Como forma de tentar prever,
Conhecer o futuro,
Por tanto o desconhecer e temer!

Dina Ventura - "Only me"

domingo, 3 de abril de 2011

HÁ CONVERSA

ESGARES


Por vezes as buscas
Tornam-se pesadas
Incontroláveis e incomensuráveis
No seu magoar.
Pode não fazer sentido
Não se encontrar explicação
Para o estado
Mas ele está lá
Existe, persiste
E deixa a alma sem espaço
Nem respiração.
Sente-se que passará
Que se encontrará uma saída
Mas enquanto ela não aparece
Não se consegue pensar
Dizer ou explicar.
Mas o mais estranho
É que nada se esquece
Tudo reaparece
Como uma aflição sem nome
Hora ou razão.
Instala-se, trava a garganta
Não deixa respirar fundo.
A ansiedade toma lugar
E não se arrepende de dilacerar
Estoirar com os espaços do pensamento
Que em estilhaços se tanta recompor
Num esgar de esperança restante
Pois recorre à indiferença
Para desbloquear
Seguir caminho
E voltar a pensar.
Esgares aproveitáveis
Que num esforço para pensar
Serão os responsáveis
Para que volte a respirar.

Dina Ventura – “Only me” - Abril 2011

sexta-feira, 1 de abril de 2011

EUTANÁSIA DEMOCRÁTICA


Tela de Bernardino Costa (B.C.) - Eutanásia democrática

Na origem
É o sono provocado
Quando o fim está iminente
Para evitar uma morte dolorosa.
Para além de uma teoria
Tudo é apressado para a cura
Quando já não há remédio
Quando nada vale a pena
E quando a pena está decretada!
Se os governados
Influenciassem os governantes,
Ela seria democracia.
Mas tudo rumou para outras paragens
Restando apenas o pensamento
Que quem governa ajudará.
Mas vendo que não passou de sonho
Acordam…
E para que a dor não aumente
Em si e no que acreditam,
Resta entregá-la a si mesma
E à sua triste sorte,
A eutanásia
Para provar que morrera de inicio.
A realidade da crença anoitece
Nada mais restará do que ver
Ser enterrada na cova profunda
De onde nunca conseguiu sair.

Dina Ventura – “Only me”