quarta-feira, 9 de setembro de 2009

MEU 1º LIVRO PUBLICADO



. Nas asas do vento encontrei Orixá – Outubro de 2007
Os “criadores de algo, ao falarem do que elaboram têm sempre a tendência a dizer “o meu trabalho”, o meu livro, o meu quadro, a minha história. Sentem-se como os donos de”. Como não faço a excepção, tento reparar o meu erro dizendo: o nosso trabalho, o nosso livro, o nosso quadro, a nossa história, pois há aqui muito de outros para além de mim.
Contra capa: Este livro fala-nos dos Orixás – Energias da Natureza, das suas origens, características e da forma como as suas vivências nos ajudam a um maior conhecimento de nós mesmos e de um melhor relacionamento com os outros.
Mas é sobretudo a história de um percurso pessoal, facilitando a descoberta do Eu, para depois possibilitar a viagem de busca para a Essência.

Foi assim que foi apresentado este livro. Sentido é verdade, mas um pouco inseguro talvez, pois não tinha nascido para ser publicado. Estava a ser escrito há trinta anos e não sabia nem imaginava que fim teria, mas nunca pensou poder ser lido para além do círculo de amigos.
Foi aqui que entrou a responsável por tudo isto: A editora Caleidoscópio. Sem ela, sem a sua motivação eu nunca o teria feito. Porquê apostar em mim? Em algo que nem romance é, memórias pesadas, poesia desde a adolescência e história de deuses da mitologia? Mas a resposta que me deram foi clara:
- Mas faz algum sentido, tirar cópias e distribuir pelos amigos? Francamente!
Foi com esta pergunta e afirmação que me decidi. Porque não? Pelo menos os meus amigos vão ter algo meu “como um livro”. Sempre escrevi e nunca me “achei” escritora, nem sei porquê! Talvez porque nos recônditos da minha memória Escritor seja algo inalcançável para o comum dos mortais! É como pintor! Palavra imensa, intensa que apenas pensada me surge automaticamente: Dali, DaVinci, Picasso, Klimt e todos os que poderia enunciar, os grandes monstros sagrados. Pois é e que fazer?
Invejá-los? Não por certo não nutro em mim esse sentimento.
Imitá-los? Não porque não tenho o seu saber
Então só me resta ser, simplesmente eu. É com isso que me apresento. Não imito ninguém, nem quero, aos outros admiro pela beleza que me permitem vislumbrar. Grata CALEIDOSCÓPIO bem hajas e quem sabe muitas portas abrirás a muito mais gente. Que te ajudem a ajudar.

Próximo tema falará sobre o segundo livro publicado: Sebenta Sagrada.

POESIA PARA MUSICAR - FADO

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by: cb


Fado 1

Perseguir a minha alma

Enquanto a minha alma persigo
Ela abandonou-me para ir contigo!
Ouvi o teu chamado e corri
E no refugio da minha solidão
Nem ouvi o bater do coração.
Senti que me perdi para ti
Ouço a minha voz a implorar,
Não partas meu amor se eu ficar!
Respiro o ar que contigo levaste,
As lágrimas rolam sem permissão
Talvez para tentar limpar o coração.
Sinto na pele o cheiro que deixaste
E agora meu amor que partiste
Não quero saber mais do que existe.
Sinto que nunca mais te vou perder
Porque vou continuar a correr
E encontrar a alma que me levaste
Pois só me interessa reaver-te
Porque agora meu amor que partiste
Deixaste-me sem alma e sem querer
E a vida nada mais tem para Viver.


Fado 2

Deixa-me apenas não ser!

Choro e sofro sem e por querer
Porque sinto dentro de mim, o doer
Por não te ver e não estares ao meu lado.
Não sei o que dói mais, de tudo o que sinto
Se ouvir a tua voz a dizer, eu não minto
Mas não te quero mais, está acabado,
Ou fingir que estás ao meu lado sem te ter.
Não sei o que dói mais, do que este sofrer.
Olho para mim e sinto que não sou eu,
Há um esconder este amor profundo,
Infinito, sem retorno em qualquer mundo.
Sinto-me dentro de algo que já morreu.
Por ti, por nós, por nada que não tivemos,
Morri, sou um barco à toa, sem remos,
Sem rumo e nem se importa se é ruim.
Resta a dor de não ter escutado a razão,
Que gritava em surdina ao frágil coração
Não vás por aí, porque é o princípio do fim
Dum amor, que não passa dum eco sem regresso.
Por isso amor, amor da minha vida, eu te peço
Com a alma de quem ama e está a sofrer,
Não me deixes no mundo com este amor.
Eu já não sou nada e o que existe não tem valor
Por isso e por amor, deixa-me apenas não ser!

Dina Ventura 28 de Junho de 2009