segunda-feira, 22 de novembro de 2010

ECOS DE MIM


Olhando as palavras que rolam
Se encontram e formam frases
Reparo que quando se colam
Se tornam bastante audazes.
Dizem tudo o que eu sinto
Sem pedirem autorização
Descobri porque não minto
E não faço correcção.
Não consigo pensar direito
A não ser que saia em rima
E mesmo não sendo perfeito
É a minha obra-prima.
Não sei o que se passa comigo
Para o pensamento cantar
Quando penso não consigo
Não vale a pena inventar.
Assim deixo ao sabor do vento
Tudo quanto posso pensar
Não me preocupo nem lamento
Se não conseguir agradar.
E neste corrupio sem nexo
As palavras tentam acalmar
E mesmo sendo desconexo
Só elas podem falar
Do que sinto
Do que sou
Do que vejo
Do que estou
Do que ouço
Do que saboreio
Do que me arrepia
Do que me enerva
Do que me trás alegria
Do que me irrita
Do que me desafia
Do que não sei
Do que quero aprender
Do que quero conhecer
Do que a vida representa
Da verdade que me alimenta
De mim.

Dina Ventura – “Only me” – 22 de Novembro 2010