
PARA VENDA - Tela do mesmo nome do surrealista Bernardino Costa (B.C.)
Desde sempre criança serena
Que guardava o seu rebanho
Acreditava com fé plena
Em Deus e Seu tamanho.
E nos silêncios do campo
Brotavam vozes sem gente
Que a incentivavam a lutar
Na guerra que era urgente
E nos êxtases em que caía
Se via nas ruas de Orleães
A comandar gentes e seguia
Com exércitos e capitães
E sem medo, por ser donzela
Convenceu o rei da sua missão
Que para ganhar só com ela
Cheia de amor e paixão
Ganhou e quis voltar
Ao seu canto de liberdade
Convencida pelo rei a ficar
Foi ferida e morta na santidade
Traída pelos seus, foi julgada
Mas nem precisou de defesa
A sangue frio gritou magoada
Por ser condenada e presa.
De santa passou a feiticeira
Por isso foi queimada em vida
Amarrada e entregue à fogueira
Morreu de cabeça erguida
E se não estivesse em graça
Que Deus lha concederia
Pois lutava com ganas pela raça
E sem medo por ela morreria
Foi queimada mas santificada
Guardando os sentimentos
Mesmo sendo sacrificada
Cumpriu os mandamentos
E com o coração em chamas
Elevou a voz e cantou
Gritando por entre lágrimas
Se és meu Pai, aqui estou!
Dina Ventura 5 de maio de 2010