terça-feira, 3 de novembro de 2009

CENTELHAS DE VIDA

Saem em rajada. Disparadas pelas prisões invisíveis.
São balas que ferem o poderoso escudo da alma.
Ela aumenta-se, confronta-se e expande-se.
Espaço por entre os estilhaços de mil luzes e sonhos.
Sai e liberta-se.
Salta o muro e encontra-se. Sem barreiras Vê.
Pontos de luz que se olham, que se tocam, sem tocar, em fogo-fátuo.
De mil cores, explosões mil, que fazem desmaiar.
A Alma liberta almas, centelhas de vida
Que não sabiam existir.

Dina Ventura 2 de Novembro de 2009

SENSAÇÃO FLUTUANTE DO SER

Não descansando no regaço do descanso,
Reforço o que se chama de pacificante.
Age, agita e contorce-se em si mesmo.
Reserva-se, preserva-se e recua.
Retoma o balanço, sai de si e entra no espaço.
Vagueia, reduz-se, produz e reproduz-se.
Aumenta, querendo diminuir, o que é incontrolável.
Reforça-se nas forças da força que não tem.
Busca nelas a sensação de reconforto do ausente,
Que presente acompanha, desanca a mente e desnuda,
O que é sentido, nos sentidos de não sentir.
Assim vive a sensação de ter um dia a posse da razão,
Que rastreia a vida, a rasa para a forma de rara chave.
Plena e flutuante esvoaça por entre penhascos, bosques e rios.
Salva o que resta:
A liberdade de sentir, ouvir e possuir sem ter,
Por não precisar de obter o que já tem.
Apenas sensações flutuantes do Ser.

Dina 2 de Novembro de 2009