terça-feira, 12 de maio de 2009

PUBLICADO POR TER SIDO ACEITE - GRATA

Acrílico "O CORVO": Dina Ventura

Todo este conjunto "tela-poema" é espiritualmente de Alguém que sabe quem é.
PAZ e LUZ.

Nunca me sinto só mesmo quando estou.

Estou sempre com o pensamento que por vezes não me deixa descansar.

Irrita-me a sua insistência, a sua presença constante de incitamento.

Peço-lhe folga, um instante que seja, para me sentir só e ele reage

Pensando mais ainda.

Reflicto. Só o posso fazer, pois algo quererá.

Acordei já em continuidade de pensamento e ele segredou-me.

Como falas com alguém que não conheces?

Como estabeleces contacto com alguém que não sabes existir?

Não cheguei a conclusão alguma. Pois não existem definições para tais questões.

Embalo então na conversa com o pensamento

E deixo fluir, na loucura do permitir.

Permito que ele seja gente, que não se vê mas existe

Que não tem voz mas nunca está calado

Que não tem forma fixa e que muda a cada instante.

Surge de rompante.

E é na ponta da caneta que se exorciza, que o combato.

É algo mais forte que tudo.

Como se pensará sem pensar?

Onde estará o pensamento quando não se manifesta?

Agora está em diálogo com alguém que não conheço.

Mas reconheço. E fala e diz-me que nos conhecemos, sem conhecer.

Que não nos iremos ver e sim e apenas encontrar.

Há um pensamento comum.

Uma força de mistério que desaproxima quem está próximo

Pela admiração e pela distancia do espírito.

Mas existem são reais, são humanos e parciais.

Nada mais há a acrescentar.

Apenas agradecer a alguém que admiro, a inspiração que me deu

Para concretizar a minha última, melhor penúltima tela.

Que se chama O Corvo!

Dedico-a a si, não pelo que ela representa mas pelo oposto dela mesma.

Dina Ventura Maio/2009



Sem comentários:

Enviar um comentário