sábado, 8 de agosto de 2009

A VISÃO


bv: jp

Existem várias coisas, entre elas as que não existem, existindo.
São essas na verdade onde tudo recomeça.
São estradas calcetadas de cubos multifacetados,
Onde não se consegue andar. Mas anda-se, porque é uma estrada.
E acontece o inevitável, a paragem,
Com medo dos ferimentos provocados pelas quinas afiadas.
Mas é um parar fictício porque o andamento continua.
As arestas vão sendo limadas,
Limadas de mansinho pelo pensamento.
Mas é preciso andar, andar, andar até que tudo
Esteja colorido pelo pó das arestas.
Cubos imaginários,
Formas disformes dum mundo uniforme em cubo.
Cubos solitários pelas arestas vazias.
(in: nas asas do vento encontrei - Dina Ventura)

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