sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

PAI NATAL

Enquanto olhava o Tempo, surgiu sem ser esperado.
Olhou-me sorrindo mas não parou.
Lançou palavras cantadas que o meu coração escutou.
Nada te trago, pois não preciso provar-te que existo.
Aqui estou.
Olho-te a tristeza na alma, por quem prometeu e falhou.
Mas nada posso fazer.
Acompanho-te, não te esqueci, porque sem ti não existo.
Mas a caminhada prossegue. Tento encontrar quem não me vê.
Por esses te deixo a ti.
Sei que merecias um presente, mas nada tenho para te dar.
Foste tu que me deste e me fizeste acreditar.
Que vale a pena não desistir, sonhar e esperar.
Mesmo que a dor vagueie pelo espaço onde a vida irá de nascer
E a sapiência da espera faça acontecer.
Mas...voltarei, senão me esqueceres voltarei.
E com este som se afastou,
Deixando-me só em mim com a sensação de já não estar.
Dina Ventura - 25 de Dezembro de 2009

5 comentários:

  1. O Pai Natal observou:-Vós sois,senhora,a minha tela silenciosa e irreal,onde oiço e pinto com talento a alma visivel e fatal,esse rosto vagueante e ao mesmo tempo conciso,que me faz despertar na alma sentimentos de inferno...e paraíso!!--Dito isto,o pai natal emodeceu,tonto feito uma cabra tonta.

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  2. Correcçao----o pai natal queria dizer "emudeceu"

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  3. Também voltarei.
    Porque os teus textos merecem uma leitura atenta.
    Mas gostei do que li. Existes mesmo...
    Beijos.

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  4. Dina Ventura é uma DEUSA da escrita, da pintura, da arte, enfim, tudo tão belo, como é que eu ainda não tinha lido e observado este mar de ondas gigantescas, qual Adamastor, você existe.
    Voltarei.

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