segunda-feira, 31 de maio de 2010

ESPÍRITO DA CARNE


Óleo s/tela - O espiríto da carne - do pintor Bernardino Costa - 1ª fase

Dos músculos à parte mole do corpo,
Tal como a polpa de certos frutos
Assim é a natureza humana
No ponto de vista da sensibilidade.
Pois como diz o ditado “a carne é fraca”.
Que seria então dela sem o espírito?
Seria devorada
Como a de um animal ou fruto qualquer.
Para sobrevivência, gula ou simples prazer.
Que forma anímica lhe incute
Essa substância incorpórea?
Esse espírito?
Dá-lhe o alento vital. Alma.
Ente imaginário
Que se prova a si mesmo de forma irrefutável.
Transformando a carne que alberga,
Desenvolvendo-a,
Criando um espírito e ser superiores.
Corpúsculo, a quem é atribuída a faculdade
De levar a vida e o sentimento
Aos diversos pontos do organismo animal
Deixando de ser apenas carne
E transformando-o em espírito da carne.
Em uníssono os dois se ligam,
Os dois evoluem e Vivem em comunhão.
Compensam-se, apoiam-se
E satisfazem-se mutuamente.
O espírito apazigua o da carne,
Quando este apenas é visto
Como objectivo sem espírito.

Dina Ventura - 2010

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