quarta-feira, 24 de novembro de 2010

ARCO-ÍRIS DE PAPEL


Olhando para o nada
Decidi mais uma vez
Apesar de um pouco cansada
Perguntar o porquê
De pensar
De ler
De escrever
Se nada me apetece dizer.
Mas foi isso que me motivou
Se nada posso fazer
Questiono se esgotou
Ou simplesmente não quer.
No pensamento surge a imagem
Do céu que chora
Relativizo
Ganho juízo
E sorrio apenas
Porque é a chuva que me embala
Misturo-me nela
Abraço-a e ela fala.
Mas não me sai da mente
Que o céu
É a casa da gente
Que se aventura na vida
Mesmo sem estar perdida
Por esta ou aquela razão.
Não consigo escrever no branco
Vou buscar papel
Realizo um leque
De todas as cores
Transformo o dedo em pincel.
Perco-me em palavras tontas
Olho as folhas coloridas
Encanto-me nas gotas caídas
E não saem as palavras que quero.
Sei que as vou encontrar
Sejam belas ou horrores
E enquanto aguardo que cheguem
Olho o arco-íris
Que se acaba de formar
No papel de mil cores.

Dina Ventura – “Only me” – 24 de Novembro de 2010

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