quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

LUAR


Quando a Lua invadiu o meu jardim
Todo o meu ser despertou
Para os perigos
Escondidos
E as belezas mostradas.
Sentei-me junto ao lago
Toquei na Lua ao de leve
E ela estremeceu.
Quando lhe perguntei o que fazia ali
Boiando no lago
Respondeu que nem ela sabia
Pois tinha sido puxada por ele.
Olhou-me em reflexo e disse
Que nada parece o que é
Que as coisas são
O que ninguém imagina
Que a Verdade está submersa
E que dificilmente é visível
Apesar dos seres acharem o contrário
Não concordo! – gritei
Não? – Questionou com ar que achei enganador
Então porque estás a falar comigo?
Nada respondi…
Achei que estava certa
Pois a bela imagem que ali estava
Não era verdadeira,
Era porque eu queria.
Toquei em mim
Observei-me nas águas à luz do luar
E pensei que os mistérios
Os encantos
Se confundem com os enganos
Que a mente indisposta
Vê a indisposição
E no seu bem-estar
Vê o que lhe dá satisfação.
E assim sendo
Tudo o que parece
Acaba por não ser
Quando a noite
Amanhece.

Dina Ventura - in: Cresci com a Poesia

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