quinta-feira, 17 de maio de 2012

ALEGORIA

Alegoria del sol - Salvador Dali


Caverna onde se esconde algo sagrado,
Tamanha é a sua impotãncia e significado.
Da parábola, nasce a imagem
Que apresentada ao espirito
Lhe transmite a ideia de outra.
Sem medo de errar
O espirito lança-se em busca
E começa a voar.
Nada mais simples para exemplificar
Do que aos poetas
Colocarem uma venda no amor,
Sem terem de o cegar.
Na abstração se retrata,
Se orgulha de ser quem é,
Podendo ser outra coisa qualquer.
E lá está a balança e o gládio
Imponentes para que a Justiça se cumpra.
A preguiça, inveja, tristeza ou alegria
Passam de seres morais,
A personificações na poesia
E é na gente que se tornam vida.
A arte mata a sua sede na alegoria
As visões são o celeiro
A arte a fonte limpida
Exprime-se, revela-se e desvenda-se
Tal como a alma se alimenta
Para evoluir
Bebendo nas alegorias da vida
E do sentir
Dina Ventura – Maio 2012 

2 comentários:

  1. E pela arte o ser humano se afirma e renasce a cada instante que cria...

    Poesia que a cada instante faz a apologia da espiritualidade através da estética...

    abraço

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  2. Dali não era um optimista, mas tanbém não confrontava a realidade com pessimismo. Um dia em conversa com um interlocutor sobre uma obra sua recentemente exibida, o mesmo foi confrontado e elogiado sobre tamanha grandeza e pureza de expressão que retratava no seu interlocutor um sentimento de alta espiritualidade, Dali respondeu que estava iquivocado pois a mesma não expressava esse sentimento porque não era isso que lá estava ainda que ele o não quisesse exprimir.
    E exemplificou: "O quadro pintado na capela sextina em que Cain mata Abel, nunca pode ser considerado uma grande obra ou uma expressão feliz daquilo que aconteceu, porque não é iiso que revela". É uma tristeza retratar uma pessoa a matar outra, apesar de estar muito bem pintado, não se pode considerar uma cena agradável.

    Por isso Dali na sua obra não exerce acção para nos fascinãr, ele só faz aquilo que nós achamos que nos fascina, não que se sinta fascinado por o fazer.

    E quando um dia lhe disseram que a sua pintura inspirava poesia ele disse: "Mas eu não sei pintar, apenas pinto aquilo que escrevo, dúvido que algum poeta saiba mesmo escrever".

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