óleo de Dina Ventura
Sintonias
Confesso que é
evidente
Que nasce, cresce
e floresce
E nunca se
ausenta.
E mesmo sem saber
o que representa
Se tem forma e
transparece
É algo que nos
aquece
E molda a alma em
cor
Fica estática na
espera
Reage ao menor
calor.
Da palavra que a
descreve
E se trancreve
como amor
Tenta analisar e
não consegue
Porque a razão
adormeceu
Deixando que a
alma se solte
Pois sabe que o
infinito é seu.
Assim, gosta de
sonhar acordada
Dormir ao som dos
embalos
Dos sons do
próprio silêncio.
Recomeça do nada
Sente o vazio do
vazio
Escaparam-se as
palavras bonitas
Porque não fariam
sentido.
E no meio desse
mistério
Declara a brisa
sagrada
Que se tornou num
templo
Por se sentir tão
amada.
Os medos cairam
por terra
A terra enterrou
a matéria
A matéria não se
entregou
E só o amor
restou.
E na dança de uma
alma apenas
Se torna o
pequeno em imenso
Ficando a saudade
em silêncio
Para ouvir o som
do intenso.
Dina Ventura –
“only me”
(Aqui vai o mesmo comentário que escrevi no facebook. É merecido!) A poesia situa-se muito para além do entendimento. A interpretação cai em erro, é limitada. Podemos sentir o poema. Deixar-nos guiar pela melodia que nos envia o poeta. Este sentir poeta/leitor gera uma sensação de plenitude, partilha e algumas vezes êxtase pelo facto de alcançarmos a unidade dos seres, que nunca se alcança através de hermenêuticas mas sim através de vibração semelhante. O silêncio, o amor, nascimento, medo, matéria, alma e infinito são conceitos que juntos empreendem a dança misteriosa da VIDA. O ciclo sagrado da existência adquire sentido quando o amor abrange os outros estados. Na metamorfose dos elementos é o amor que serve de ligação, de cordão umbilical... Um abraço.
ResponderEliminarabraço enorme
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