Tenho os sentimentos magoados. Não, não é isso, é…sentidos.
Porquê? Porque quiseram juntar-se todos numa só ocasião
E realmente deu uma grande confusão.
O espaço era pequeno para tantos. Acabaram por se acotovelar,
Querendo passar à frente de outro e mais outro, para verem
Aquele que cada um deles achava o mais importante. Mas como são tantos,
Quantos tantos importantes existirão? Até o que foi para ver o seu
Se tornou importante e primeiro para outro. Mas nada disso entenderam.
Apenas pensavam e não sentiam e todos queriam falar e ter razão.
Não se entendia, como sentimentos, apesar de diferentes,
Não pensassem no que são.
Como pode ser, querer ser o que não é e sim o que um outro será?
Não pode. Primeiro terá de ser, para depois conseguir perceber
E até poder vir a ser, o que outro sentimento seria.
Não o mesmo, porque esse é outro, mas o seu, pois nenhum cabe no que não é.
A razão não é sentimento, mas é. E misturou-se, sentou-se e reacendeu a discussão.
Seriamente convencida que tinha a solução.
Mas não, não tinha porque cada sentimento da razão não chegava
Para explicar a razão de cada sentimento.
Assim sentimentos e razões não se entendem, enquanto não entenderem
Que talvez a luta que travam entre si, não deixam de ser sentimentos!
Os sentimentos despertam
As razões alertam
Os sentimentos iludem
As razões desiludem
Os sentimentos sonham, as razões acordam, mas esquecem-se
Que os sentimentos despertam a própria Razão!
Dina Ventura – 11 de Junho de 2009
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