quinta-feira, 11 de junho de 2009

QUERO PARAR - CONECTADA NA DESCONEXÃO - A ESSÊNCIA DO CHORO

by: dv

Hoje a alma chamou-me à razão!

Fez-me sentir de forma pesada o trato que lhe dou.

Senti-me humilhada perante ela, quando me fez sentir de forma profunda

Que sou única. A única que não quero ser!

Sinto-me desamparada, desprotegida e questiono o que afinal

Querem de mim!

Se sou e não pareço ser, que posso fazer? Não sei!

Sou confrontada comigo e choro porquê?

De tristeza? Não. De medo? Não. De estar perdia? Não.

Então porque choro? Não consigo explicar.

Raiva não sinto… tenho apenas ânsia de saber…

Vontade de me conhecer para Conhecer.

Sinto que tenho algo em mim que não me pertence…

Talvez seja isso que me faz chorar…ter em mim algo que não é meu.

Não estou a escrever para ser poesia, prosa poética ou coisa nenhuma,

Ou o que lhe possam chamar!

Estou apenas a chamar até mim, o que me está sempre a escapar!

Só me foge porque não sei o que é, mas sei, só não sei explicar!

Que faço aqui? Para que estou? Sempre fiz esta pergunta e

Ainda não sei ou não me convenci!

É um desprendimento total, algo dentro de mim me puxa para lá

Tirando-me daqui.

O escrever faz-me contactar comigo, faz-me entender

Faz-me não enlouquecer!

Não sei se sinto, se existem os sentires,

Não sei o que sou e sei, mas acho que nunca saberei.

Pois quando parece que sou, deixo de ser! Não consigo entender!

Mas sei que sou verdade, sinto-a dentro de mim.

Só não sei como a usar e se tem algum fim…

Já chorei de raiva, de amor, de tristeza, de alegria,

De dor e de pura cortesia.

E agora porque choro se não sei porque o faço?

Será que a essência do choro é isso mesmo e apenas?

Fazê-lo sem sentir ou permitir e deixá-la fluir?

Sinto-me embalada nele provoca-me sono, cansaço exterior…

Preciso repousar. Parar o meu físico para a alma se libertar.

Vou dormir e sem horas para despertar.

Talvez quando regressar ela me traga as repostas que estou a precisar.

Não a consigo entender, o ver apenas, apaga-me a Visão, a compreensão.

Quero ver doutra forma, com outro tipo de visão.

Quem sabe se aí, tirarei a conclusão.

Não sei se me lêem, mas isto não são palavras.

São emoções, são sentires profundos

De uma alma andando pela imensidão

E deixa o corpo que habita numa grande confusão.

Sem rumo, sem utilidade e sem opinião. Afinal que Querem de mim?

Não estou a percepcionar, preciso doutra Visão.

É dura esta luta…entre mim, eu e a Razão da razão.

Despedaçam-me. Em fracção de segundos, fazem com que percorra mundos.

Como posso captar? Concluir, definir, entender e aceitar?

Não me sinto eu, sou outra ou outras, mas que sei serem a mesma!

Porque se partem? Porque se dividem sem me respeitarem,

Ou pelo menos pensarem no que provocam. Acho que pensam e sabem

E por isso o fazem, para que eu aprenda a lição que me querem ensinar.

Mas hoje não queria aprender, queria apenas ser

E por isso vou dormir. Não são horas para isso!

E que tenho eu com isso?

Não quero saber, não quero ouvir, não quero ler, nem pensar.

Quero parar!

Dina Ventura – 11 de Junho de 2009

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