quarta-feira, 10 de junho de 2009

PARA SEMPRE

by: dv

Ocupada num trabalho trivial

Que em nada se relaciona com a concentração,

Chamaram-me à tenção duas palavras: para sempre.

Não entendi porque pensei nelas, porque o pensamento as trouxe,

Ou porque elas simplesmente se infiltraram nele.

E lá estavam, perenes, sem dar sossego,

Gritando como martelos de aço na minha mente.

Define-me!

Mas que conversa era aquela, que quereriam elas de mim?

Dou comigo a falar com elas e a dar-lhe respostas

Como se de gente se tratasse.

- Mas que conversa é essa? Você é que têm de saber o que são!

Era só o que me faltava!

Dantes procurava palavras para conseguir escrever,

Agora são elas que me procuram para que eu as escreva!

Que significa tudo isto?

É o contrário dos contrários?

São elas que não se conhecem ou apenas aparecem

Para que eu as conheça?

Para sempre, é igual a nunca, podendo também não o ser.

É algo que não é definido, não tem tempo, não tem história

Mas faz parte da História.

É algo etéreo, efémero e quimérico, podendo dizer o contrário.

Para melhor as definir situo-me num ponto.

Num ponto com espaço para a imensidão.

Que vejo? Nada, para além dum horizonte circular

Sem principio nem fim!

É isso! Vocês não passam de um sem principio, meio ou fim,

Apesar de se acharem um todo e um tudo.

Mas será que não são?

Não sei “para sempre”, não sei que vos diga ou que te diga.

Não sei se são uma ou duas, ou se não serão nenhuma.

Se ficassem separadas, facilitaria a vossa descrição.

Era uma definição mais concreta,

Mas dessa forma que parece até correcta,

Deixavam de ter definição.

Dina Ventura, 10 de Junho de 2009



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