Hoje a tristeza bateu-me à porta.
Pediu para entrar
E por favor
Que a deixasse descansar
Que estava cansada.
Que sempre a tentam expulsar
E que quanto mais o fazem
Menos se consegue libertar.
Disse-me que sabia ser eu
Que melhor do que ninguém
A poderia entender.
Era filha da solidão
Que o pai era o desespero
O seu avô o medo
E que a mãe era a tristeza maior
Por ainda ser pior.
Entregou-se nos meus braços
E começou a chorar
Disse olhando nos meus olhos
Que só queria pensar e ser
Longe de quem a expulsava
Lhe negava a existência
Fazendo com que fosse eterna
Mas não a deixando viver.
Queria que eu a escondesse
Num local bem tranquilo
Que a visse adormecer
Lhe dissesse palavras de amor
Para que quebrasse o terror
E a deixasse morrer.
Deitei-a no meu colo
Abracei-a com vigor
Cantando-lhe um solo
Falei-lhe da Natureza
Senti que era o que queria
E vi nos olhos da tristeza
Uma bela-luz de alegria.
Olhou-me com ternura
Sorriu-me por ser dia
Sentiu-se na brancura
De quem não a temia.
Dina Ventura – “Only me" - Janeiro 2011
Escolheste a tristeza como tema,
ResponderEliminarEm mais um belo poema.
Que mais poemas escrevesses,
Sem a tristeza no horizonte
E que assim feliz estivesses.
Bj*
Lindo poema, Dina.
ResponderEliminarQue a tristeza entre, quando assim tiver de ser.
Mas não a deixe ficar
Apenas deixe permanecer
O tempo preciso para descansar...
Um abraço da
RA
Gostei!! muito.. Lindo poema obrigado Dina.
ResponderEliminarbj
eu
Muito grata a todos.
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