terça-feira, 7 de abril de 2009

Arte e espiritualidade - continuação

Segunda parte
Contar uma história é uma arte, cantar, dançar, pintar, ou fazer outra qualquer manifestação com a alma, é Arte. Tudo isso nos pode conduzir a reflexões profundas e a descobrir muita coisas para as quais ainda não tínhamos sido alertados. A Arte deve abalar, mexer com o intimo, provocar sensações nunca antes ocorridas e em especial que façam sentido e sentir. Diz-se que a arte acompanha a vida e vive-versa. Pois então a cada passo que dermos há que colar-lhe arte para que melhor nos possamos descobrir. Isso representa um passo para o conhecimento de si mesmo, ou seja o encontro com a sua espiritualidade. Nada mais simples e a que todos temos acesso, desde que queiramos e não apenas uns poucos privilegiados, como muitas vezes acreditamos, de uma forma errada. Ou por nos colocarmos à distância ou por nos distanciarmos de nós mesmos. Acreditem que todos têm dentro de si uma centelha de artista à espera de ser iluminada ou acesa, para que possa produzir cor. Não é algo complicado ou transcendente, é apenas olharmos para as coisas de uma forma mais atenta e ver através delas e de nós próprios, sem nos importarmos com: e se os outros não gostarem? Haverá sempre quem não goste do que se faz, ou porque na realidade não está bonito ou bem feito e aí poderemos tentar melhorar, ou simplesmente porque o outro tem uma forma de sentir muito diferente e aí é apenas uma questão de opinião e gosto diferentes. Nada o deve obrigar a gostar, nem a quem faz ou fez desistir por isso, desde que não colida ou interfira de forma impositiva na vida do outro. Apenas devemos respeitar a liberdade de expressão e a liberdade de opinião.
O autor da Vida criou a vida. A vida formou a arte. A Arte voltou-se para o homem e o homem tende a voltar-se para algo que o transcende. Então é neste ciclo que todos nos encontramos. Ora se a espiritualidade é a busca do significado e sentido da vida, e se esta formou a arte, então a espiritualidade também está inserida nela. A Arte será pois a tradução do espirito através da matéria ou doutro meio de comunicar.
Os espelhos reflectem a imagem do rosto e a arte em geral reflecte a imagem da alma. A chamada obra de arte seja ela de que tipo for, é uma personalidade. O seu autor, desde o artista plástico, escritor, contador de histórias, cozinheiro, ou feitor do trabalho mais singelo, desde que elaborado com a alma, vive na sua obra de arte depois dela ter vivido mais ou menos tempo dentro dele. Mas para que isso aconteça e que a sua mensagem possa ajudar a colorir vidas e até o Mundo, deve-se começar em primeiro ligar pelo aperfeiçoamento pessoal e realizar inovações no nosso interior. Isso tira as inseguranças e receios de nos mostrarmos aos outros através do que fazemos, do que somos com o objectivo de não só ajudarmos como sermos ajudados. É a troca. Todos temos algo para partilhar e todos somos artistas.

Sem comentários:

Enviar um comentário